
30 Jul Lá fora é que é bom! Ou não…
Embora não o gostemos de assumir, quantas vezes damos como exemplo os outros países nas mais variadíssimas coisas?
A verdade é que são mais do que deviam ser, até porque somos belíssimos exemplos do que de bom se faz nos mais diferentes setores de atividade – e se não fazemos mais é porque não temos, efetivamente, vontade de o fazer.
Se acham que isto é retórica, basta “googlarem” e encontram imensos casos de sucesso (lembram-se por exemplo da invenção dos cartões pré-pagos para os telemóveis? Sabem como é visto o calçado nacional lá fora? Etc., etc.).
Para além do que está no “Google”, temos também a comparação direta entre aquilo que produzimos e o que é produzido lá fora e, neste caso, é com muito agrado que vos digo que, com conhecimento de causa na área de negócio da MORE Results – estudos de mercado, estamos entre os melhores! Note-se, no nosso caso, que trabalhamos com parceiros, desde a Escandinávia ao sul da Europa, da Ásia à América.
Se efetivamente descartarmos a falta de exemplos de que “o que é nacional é bom”, perguntemo-nos então sobre o que nos falta para deixarmos de dar exemplos do que se faz lá fora. Porventura se trate de uma questão cultural, exacerbada pelo hábito de importarmos tudo e mais alguma coisa. Até na língua já o fazemos com uma grande frequência – veja-se a quantidade de estrangeirismos que cada vez mais utilizamos.
Longe de se ser extremista, patriotista ou nacionalista, até porque existem coisas efetivamente muito boas lá fora, há que ter sempre em linha de conta que, e agora utilizando um estrangeirismo, temos de “think global and act local”. O produto ou serviço internacional, por melhor que seja, nem sempre tem a real adaptação à nossa realidade, pelo que nestes casos, em vez de sermos nós a adequarmo-nos ao produto, devemos ser nós a adequar o produto às nossas necessidades. Se há algo que ainda temos é identidade! E esta deve ser preservada.
E então se não falassemos na readaptação das coisas e falássemos em fazermos nós, cá dentro? Diríamos em primeiro lugar que já é feito lá fora! Pois bem, então agarremos na ideia, no conceito e reinventemo-lo à nossa medida – quiçá estejamos a criar uma versão melhorada e até mais competitiva de algo que já existia, mas que não cobria as nossas necessidades na sua plenitude – e quiçá as necessidades de outros, dos lá de fora.
O segredo, não tem segredo nenhum: se estamos descontentes com algo, criemos então a solução para esse descontentamento!